Ensino médio não prepara para o ensino superior nem para o mercado de trabalho. Podemos ter em breve mudanças no novo ensino médio
A agência de notícias da indústria, SENAI e SESI, ao tratar do novo ensino médio nos apresenta uma questão bem interessante, qual seja, a reprovação do novo ensino. Em matéria pública no seu site é disposto:
O novo ensino médio começou a ser implementado nas escolas públicas e privadas do país, no ano passado, de forma escalonada até 2024. Apesar de a população estar pouco informada sobre o modelo, mais de 70% dos brasileiros aprovam as principais diretrizes, incluindo a escolha dos itinerários e novo modelo de currículo. A possibilidade de o estudante fazer um curso técnico é aprovada por 9 em cada 10 pessoas.
“A percepção da maior parte dos brasileiros converge com todas as avaliações do ensino médio. Temos um ensino de baixa qualidade, com altos índices de evasão e distorção idade série, que não engaja nem dialoga com os anseios da juventude e os desafios do século XXI. Mesmo pouco informada sobre a reforma do ensino médio, a sociedade concorda que as mudanças são necessárias”, observa o diretor-geral do SENAI e diretor-superintendente do SESI, Rafael Lucchesi.
A última etapa da formação básica deve preparar os jovens para o início da trajetória profissional. Mas, para a maioria dos brasileiros, isso não tem acontecido: 57% acreditam que os estudantes concluem a educação básica pouco ou nada preparados para o ensino superior. Só 1 em cada 10 (13%) acha que o aluno sai bem preparado.
Quando a pergunta é se o ensino médio prepara para o mercado de trabalho, o índice se repete: 57% acham que prepara pouco ou nada, sendo que, entre os entrevistados com ensino superior, o percentual aumenta para 71%. Só 14% dos brasileiros – 4% de quem tem nível superior – avaliam que o estudante termina o 3º ano preparado para ingressar no mundo do trabalho.
A Expectativas com o novo modelo
A percepção de que o ensino médio não tem cumprido seu propósito e a avaliação positiva das principais mudanças previstas no novo modelo se desdobram em expectativas. Entre quem está muito informado ou informado sobre o novo ensino médio, 55% acreditam que o potencial para melhorar a formação do aluno é grande ou muito grande. Na população geral, esse índice é de 40%.
Fonte: https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/educacao/populacao-aprova-mudancas-trazidas-pelo-novo-ensino-medio/
Essa matéria traz a tona o tema revogação do Novo Ensino Médio
Desde 2018, tramita no Congresso Nacional o PL 10682 que visa revogar a Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, que implementou o conjunto de medidas conhecidas como Reforma do Ensino Médio. Esse projeto passou pela Comissão de Educação com o Parecer favorável à sua aprovação:
Do Parecer da C.E – Por fim, recomendo a todos os Parlamentares a leitura atenta da Justificação da proposição. Diante do exposto, nosso voto é pela APROVAÇÃO do Projeto de Lei nº 10.682, de 2018, do Senhor Deputado Bacelar.
Hoje o PL está na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) aguardando novo Parecer e, em seguida irá para o Senador Federal e, o que tudo indica, está tomando força a ideia de que é necessária a revogação do Novo Ensino Médio.
O que é lamentável é a falta de uma política de Estado séria, brinca não só com a livre iniciativa que se lança na oferta da educação a sociedade, que é jogada de um lado para o outro, com grandes gastos e mobilizações, como também com a população que é levada a pensar de acordo com as ondas de políticas de governos.
A questão presente nesse tema é: quando será que os políticos brasileiros irão perceber que cada povo, cada Estado Nacional, possui cultura e costumes diferentes?
Olhar para as demais nações no mundo e copiar e colar políticas bem-sucedidas no exterior, pode não retratar o mesmo êxito no Brasil e, novamente indagamos: onde queremos chegar como Nação? O Brasil em nosso entender há muito vem sendo reprovado no ensino, prova disso são os resultados do PISA.
Não bastasse, a falta de políticas sérias com a educação (ensino/aprendizado) no Estado Brasileiro, falta também o respeito com a livre iniciativa, que vem lutando a anos não só com grandes dificuldades financeiras. Isso em face das constantes mudanças que são obrigadas realizar em face de políticas públicas instáveis e ineficiências do Estado, e, ainda, a sociedade levada ora por um pensar ora por outro. Onde iremos chegar?
Por: Dr. Ricardo Furtado – Consultor Jurídico, Educacional, Tributário, Especialista em Ciências Jurídicas – 16/2/2023