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05 jul 21 17:09

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO/ RJ DIZ QUE ENSINO MÉDIO SOFRERÁ ALTERAÇÕES EM 2022 E QUÍMICA, FÍSICA E BIOLOGIA SERÃO OPCIONAIS

A partir de 2022, a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) irá implementar uma nova base curricular para os alunos do Ensino Médio. A medida, que atende à Lei Federal nº 13.415/2017 e cria uma Base Nacional Comum Curricular, foi debatida nesta quarta-feira (30/06), em audiência pública da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj). No encontro, professores e alunos discordaram da medida e pediram o adiamento ou a suspensão da reforma.

“Ouvimos todas as posições e ficou claro para a comissão que não foi realizado, pela Seeduc, um amplo debate do tema. Antecipo que a comissão vai propor que se repitam esses debates com todo o setor da educação, já que a secretaria alega que não pode adiar a medida que tem imposição Federal”, comentou o presidente da comissão, deputado Flávio Serafini (PSol). Ele também lembrou que desde o início da pandemia cerca de cinco mil professores saíram da rede e não houve reposição. “Antes de mudar o currículo é preciso solucionar problemas como esse”, alertou.

Em resposta, a subsecretária de Gestão de Ensino da Seeduc, Joilza Abreu, informou que foram realizados debates presenciais, híbridos e remotos, para analisar a Reforma Curricular. “Foram mais de 20 mil participantes, entre eles pais, alunos, professores e representantes dos sindicatos”, disse.

Reforma Curricular

A reforma prevê uma ampliação da carga horária do estudante na escola e uma nova organização curricular. No novo modelo o ensino será dividido em dois grupos, o de formação geral básica, contemplando as disciplinas de português e matemática obrigatórias para todos os estudantes; e as disciplinas complementares que serão opcionais ao aluno, como física, biologia e química. Porém, independentemente da escolha, ele terá que completar 1.200 horas de aulas assistidas ao longo do ensino médio .

Segundo Joilza Abreu, a Seeduc está fazendo um estudo amplo e não tem a intenção de dispensar os professores ou aumentar a carga horária dos docentes. “Hoje temos sete grupos de trabalho formados e um deles vem pensando nas ofertas de componentes eletivos e outro trabalhando as atividades interculturais, por exemplo. Só depois de analisar todas as frentes vamos definir o currículo. Falou-se muito no aumento de carga horária e garanto que isso não vai acontecer. O que vai ocorrer é uma adequação das horas”, afirmou. De acordo com a Seeduc, será um ensino integral, sem o horário integral.

Para o aluno Bruno Nunes, representante da Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro (AERJ), ainda não é possível identificar o ponto positivo da reforma. “Sentimos que ela precisa ser mais discutida. Nesse momento ela está sendo imposta para que funcione. Ela já foi testada em outros tempos e também não deu certo. A única diferença é que ela vai aumentar a desigualdade do ensino entre os alunos ricos e pobres do estado, já que não teremos mais as matérias complementares como física e química, como obrigatórias, elas serão complementares, ou seja, de escolha do aluno cursar ou não. Não acredito que as escolas particulares vão deixar de lecionar essas disciplinas da forma tradicional”, considerou o estudante.

Fonte: Alerj Notícias, acesso em 05/07/2021

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