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08 mar 23 08:00

Qual o futuro da educação: ensino personalizado, híbrido ou à distância?

Ensino Híbrido, educação socioemocional, E-learning e microlearning, personalização do ensino. Essas são algumas das tendências educacionais para 2023. Cada revolução mundial mudou a natureza do trabalho e do ensino de maneiras disruptivas. A mudança tecnológica, vivenciada hoje, pode impactar até 50% dos empregos, uma vez que leva a mudanças na forma como as pessoas realizam seu trabalho. Com a pandemia de covid-19, e seu consequente isolamento social, esse processo foi ainda mais acelerado. Por isso, é cada vez mais necessário que as salas de aula ofereçam uma educação integrada, com habilidades de autoaprendizagem, e competências socioemocionais.

O Brasil, em especial, é considerado o país mais ansioso do mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), com 11,5 milhões de pessoas diagnosticadas com depressão. Uma pesquisa da Unicef revelou ainda que 35% dos jovens se consideram ansiosos e dentre os entrevistados, a metade sentiu necessidade de pedir ajuda em relação à saúde mental, mas 40% deles não recorreram a ninguém.

Outro relatório do Future of Jobs revela que algumas habilidades se tornaram mais importantes no local de trabalho, como: pensamento crítico, resolução de problemas, gestão de pessoas e criatividade. Empregadores querem profissionais que entendam como tomar decisões difíceis e mostrar suas habilidades de liderança. Somando o levantamento realizado pela Humus Connect (2021) – consultoria especializada no desenvolvimento de profissionais de Instituição de Ensino – e a expertise da Academia Soul – empresa especializada em soluções para Educação Socioemocional nas escolas – é possível mapear cinco principais tendências do cenário educacional.

  1. Ensino personalizado

É uma estratégia que usa a tecnologia para considerar as características individuais de aprendizagem de cada aluno. Ela se baseia no respeito pela individualidade e na criação de estratégias que levem em consideração os interesses de cada aluno.

  1. Ensino híbrido

O formato, que foi adotado de forma emergencial por instituições de ensino, ganhou um protagonismo ainda maior no cenário pós-pandemia. Trata-se de uma metodologia que mescla aulas e exercícios online e presenciais, com auxílio de ferramentas digitais.

  1. E-learning

Ou aprendizado eletrônico, uma modalidade de ensino a distância que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes tecnológicos de informação.

  1. Educação socioemocional

É uma das exigências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e deve estar presente em toda a Educação Básica. Indo além dos muros da escola, o mercado de trabalho tem valorizado profissionais com soft skills, em vez de diplomas e certificados — tendência que deve continuar no futuro.

  1. Microlearning

Parecido com o E-learning, consiste na “quebra” de conteúdos em pequenas unidades, mais focadas e objetivas. As aulas (ou atividades) do Microlearning acontecem em um tempo curto, com uma linguagem simples, de fácil compreensão e podem contar com o apoio de recursos multimídia, como vídeos, por exemplo.

As universidades que já possuíam esse formato híbrido antes da pandemia, ou que investiram em novos modelos de metodologia e acesso digital, estão em vantagem no que diz respeito à adaptação ao novo normal. No mundo conectado em quarentena, a tecnologia tornou-se grande aliada da Educação, ainda que suas barreiras sejam grandes.

Por outro lado, os desafios e complexidades da sociedade do século XXI requerem alunos com inteligência emocional, o que exige um currículo pedagógico cada vez mais voltado para a formação integral.

Uma análise sobre os períodos de atenção entre 2000, que foi o início da revolução móvel, e 2015, realizada pela Microsoft, revela uma diminuição de 4 segundos (de 12s para 8s). Parece pouco, mas a queda é grande parte culpada pela natureza da tecnologia e pelo estímulo constante que ela oferece aos usuários. Os millennials (1981 a 1995), por exemplo, que cresceram junto com a tecnologia, têm características distintas da geração X (1965 e 1981) e dos boomers (1945 e 1964) que vieram antes deles.

Em um futuro um pouco mais distante – apesar de já existirem alguns exemplos –, a Realidade Aumentada (RA) e a Realidade Virtual (RV) devem contribuir para uma educação cada vez mais imersiva. Mas o que merece atenção são algumas competências que vão além das habilidades técnicas.

Muitas escolas investem em bons materiais e professores, mas ainda assim o desempenho dos estudantes não melhora e eles estão cada vez mais desatentos, com dificuldades de concentração e desinteressados. Além disso, vimos que os problemas de relacionamento estavam escalando para além dos muros da escola, com casos de bullying e cyberbullying, prejudicando não só a aprendizagem, mas a retenção desses estudantes na instituição.

Com a missão de somar e transformar a cultura da escola, as relações familiares e outros contextos sociais, o programa de Educação Socioemocional da Academia Soul é alinhado com a BNCC e oferece práticas que ensinam os alunos a ter domínio da própria atenção e autoconsciência. Isso significa que eles vão adquirir a capacidade de, entre outras coisas, prestar atenção no que desejarem – como uma aula, uma palestra, um livro ou uma conversa – e vão aprender a ignorar distrações como conversas paralelas. Outro ponto importante é a aprendizagem de como identificar as próprias emoções e padrões de pensamentos, que afetam o bem-estar no dia a dia.

Ou seja, o equilíbrio emocional é fundamental. Precisamos ser educados para aprendermos a lidar com nossos próprios pensamentos e emoções, bem como com o próximo.

Fonte: Revista Exame, acesso em 07/03/23


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