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03 nov 22 10:44

Pelo segundo ano consecutivo, reajuste da mensalidade escolar está acima da inflação

Fim do ano se aproxima com ele um tema que tira o sono de muitos pais: o reajuste das mensalidades escolares. Pelo segundo ano consecutivo, as escolas devem aplicar um reajuste acima da inflação. Um levantamento da CBN mostra que o aumento deve chegar a 12%. A inflação acumulada dos últimos 12 meses está em 7,17%. Além dos impostos, reajuste de salários de professores, e reformas nas unidades, alguns donos de escolas estão incluindo nos cálculos os investimentos em tecnologia durante a pandemia.

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O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo, Benjamim Ribeiro da Silva, diz que o repasse vem a conta gotas por causa das condições desfavoráveis durante o período mais crítico da pandemia.

‘O que nós orientamos às escolas: foi um investimento muito grande, as famílias não aguentariam. Então que elas fizessem um esforço e passassem realmente o estritamente necessário e diluísse esse custo durante alguns anos’, explicou.

O presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, Bruno Eizerike, diz que as instituições devem levar em conta o aumento dos custos, mas não podem deixar de olhar para o cenário econômico e a realidade de endividamento de 79% dos lares brasileiros.

‘Olha só, não adianta. Eu fiz a minha planilha e hipoteticamente deu 8%, com reajustes, com investimentos. Aí eu vou olhar, a comunidade escolar consegue chegar nesses 8%? Ah consegue, legal. Então não é uma planilha pura e simples, é sempre uma planilha olhando também para realidade que as famílias estão enfrentando’, afirmou.

O presidente da Associação de Pais e Alunos do Distrito Federal, Alexandre Veloso, lembra que os responsáveis ainda sentem os impactos da pandemia e apenas agora parte deles estão conseguindo se recuperar.

‘Em especial da iniciativa privada, que agora estão retomando ganhos habituais, bem como grande parcela de pais que são servidores públicos que estão aí há mais de quatro anos sem qualquer tipo de aumento ou reposição salarial’, disse.

Para continuar atraindo estudantes no momento em que começam a sentir o retorno dos que foram pra a rede pública na pandemia, muitas escolas lançam mão de medidas para facilitar o pagamento. Em São Paulo, onde a taxa de inadimplência está em 8%, colégios ampliaram o pagamento das mensalidades em até 16 vezes. Em Goiás, tem escola que troca o valor da mensalidade por serviços e produtos que podem ser oferecidos pelos pais, como revela o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do estado, Flávio de Castro.

‘São fornecedores de brindes ou de camisetas ou tem algum outro serviço que a família trabalhe e que pode fazer uma compensação com a mensalidade escolas. Algo que a escola use, que não seja só na relação de marketing, mas algum produto que é consumido pela escola e, então, ele consegue esse serviço e, com isso, consegue um abatimento, uma negociação ou permuta com a escola’, conta Flávio.

As instituições particulares devem detalhar os gastos previstos na planilha aos pais. Apesar da previsão legal, pais de alunos do Distrito Federal têm se queixado que algumas escolas estão resistindo em apresentar a justificativa para o índice. Nesses casos, os responsáveis podem procurar órgãos como Procon e Ministério Público.

Fonte: CBN, acesso em 03/11/2022


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