
IPCA-15 de Outubro: Inflação Desacelera e Fica Abaixo das Expectativas
O IPCA-15, conhecido como ‘prévia da inflação’, subiu 0,18% em outubro ante setembro, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (24). Em setembro, o indicador já havia registrado uma alta menor do que o esperado, ao subir 0,48%.
O número veio abaixo da mediana de 27 estimativas coletadas pelo Valor Data, que apontava para uma alta de 0,24%. As projeções iam de 0,11% a 0,33%, sempre com variações positivas.
Segundo o IBGE, no ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,94% e, nos últimos 12 meses, de 4,94%, abaixo dos 5,32% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2024, a taxa foi de 0,54%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta no mês de outubro. O maior impacto positivo veio de Transportes (que registrou uma alta de 0,41%), seguido por Despesas pessoais (avanço de 0,42%). O grupo Alimentação e bebidas recuou 0,02% e registrou queda de preços pelo quinto mês consecutivo. As demais variações ficaram entre o recuo de 0,64% de Artigos de residência e o aumento de 0,45% em Vestuário.
Diferença do IPCA-15 para o IPCA
Apesar de ser conhecido como “prévia da inflação” por supostamente antecipar o IPCA, o IPCA-15 mede nada mais, nada menos do que a própria inflação mesmo, só que em outro período.
A diferença prática em relação ao IPCA é que a “prévia” mede a inflação dos dias 15 de um mês e outro, enquanto a inflação “oficial” mede a variação do mês início ao fim daquele mês fechado.
Com esse resultado, o que acontece com a Selic?
Ainda que o indicador tenha voltado a registrar alta, ele desacelerou em relação a alta anterior, o que pode indicar que a inflação segue sob controle. E, portanto, pode haver espaço para o Banco Central cortar os juros.
Isso porque a Selic é o instrumento que o BC tem para controlar a alta dos preços. Nos momentos em que a inflação está acelerada, a autoridade monetária aumenta os juros para “encarecer” o dinheiro. Assim, os financiamentos e empréstimos (tanto de consumidores quanto os das empresas) ficam mais caros e há uma queda no consumo. Portanto, os preços tendem a voltar a cair e a inflação entra nos eixos novamente. O contrário também é verdadeiro: se a alta dos preços está sob controle, a autoridade monetária pode cortar os juros (ou seja, “baratear o dinheiro”) para incentivar que as pessoas e empresas gastem sem que isso compromta o bolso delas, já que a alta dos preços está em ordem. E isso serve como um estímulo para a economia crescer.
Atualmente, o Banco Central tem mantido a Selic em 15% ao ano. Na ata da última reunião do Copom, o BC voltou a adotar um tom mais cauteloso, sinalizando que os juros poderiam até voltar a subir caso fosse preciso.
É importante lembrar que o mercado vinha se animando com a perspectiva de uma Selic menor graças a dados econômicos arrefecidos. No entanto, dados de emprego têm mostrado que o mercado de trabalho segue pujante, o que pode indicar mais pressões inflacionárias.
Principais Números
Brasileiro de Geografia e Estatística, Data: 24/10/2025.