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05 maio 20 20:31

FACULDADES SUBSTITUEM PROFESSORES POR INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

 

inteligência artificial

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Segundo artigo publicado, em 02/05/20, na Folha de São Paulo, uma rede educacional de ensino, que administra onze instituições de ensino superior no Brasil, utilizou a inteligência artificial – o LTI- para correção de textos sem o conhecimento dos alunos.

Vale ressaltar, que além da falta de informação aos contratantes do serviço sobre a correção de redações que deveriam ser avaliadas subjetivamente, e não por um software, há, também, relato de docentes que afirmam ser orientados por um regimento interno a não revelar essa prática a seus alunos e, pior ainda, devendo responder a todas as perguntas como se fossem os reais corretores.

A correção realizada pelo LTI, dessa rede, funciona por meios de palavras-chaves, comparando essas palavras com a resposta do aluno. No entanto, relatos de alunos e professores confirmam a ineficiência desse método, pois o objetivo de uma atividade dissertativa é avaliar a capacidade de o aluno argumentar, não sendo o LTI capaz de identificar plágio, por exemplo, pontuando com dez a cópia digital.

Atualmente, os cursos presenciais têm em média 20% de suas atividades de graduação realizadas no EAD, podendo, segundo a Portaria nº 2.117/2019, as IES aumentar de 20% para 40% a grade curricular oferecida a distância, mesmo nos cursos presenciais.

A portaria preconiza que os cursos devem ter “critérios técnicos adequados” para as aulas a distância, além de projeto pedagógico aprovado. A portaria estabelece, ainda, que mudanças no curso presencial precisam ser “amplamente informadas” aos alunos, devendo ser identificados “os conteúdos, as disciplinas, as metodologias e as formas de avaliação” do curso. A necessidade de transparência vale para os alunos já matriculados e para os processos seletivos de ingresso nos cursos.

De acordo com o MEC, as IES têm autonomia didático-pedagógica para administrar as suas atividades acadêmicas, desde que “pautadas por normas, regimentos internos e estatutos avaliados pelo MEC para fins de credenciamento e recredenciamento”.

Atualmente, no Brasil, não há regulamentação específica para o uso de inteligência artificial. Dois projetos de lei sobre inteligência artificial tramitam no Congresso Nacional. Um deles cria a Política Nacional de Inteligência Artificial (PL 5.691/2019) e outro estabelece os princípios para o uso dela no Brasil (PL 5.051/2019).

É inevitável o avanço da inteligência artificial, mesmo porque, a educação deve sofrer forte impacto da inteligência artificial nos próximos anos. O uso de recursos baseados em inteligência artificial enriquece a prática pedagógica numa linguagem aderente à nova geração e a uma nova realidade pós-pandemia. Entretanto, ela deve ocorrer na forma da lei, com transparência, de modo harmônico entre gestores e equipe pedagógica. O aprendizado por meio de tecnologias é a tendência da educação.

 

Por: Cristiane Cezar – Profª do Grupo Ricardo Furtado – Em 02/5/2020

 


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