ENSINO REMOTO EVIDENCIA GARGALOS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Acessibilidade e falta de adaptação das atividades às necessidades dos alunos com deficiência são alguns dos desafios. Famílias relatam angústias em meio ao processo adotado em razão das restrições às aulas presenciais
A pandemia da Covid-19 tem criado uma lacuna no aprendizado e na socialização de estudantes com deficiência. Isso porque a necessidade do isolamento social para conter a disseminação da doença exigiu a adaptação dos estudantes ao ensino remoto, ainda pouco acessível e inclusivo. Após um ano vivendo este cenário e sem a perspectiva de quando ele termina, as famílias de alunos de Juiz de Fora relatam os desafios e as angústias em meio a este processo.
A expectativa para pais e responsáveis de crianças com deficiência era de que o ano letivo de 2021 fosse mais fácil em comparação com o anterior. No entanto, o avanço dos índices da Covid-19 trouxe mais dificuldades.
Presidente do Grupo de Apoio a Pais e Profissionais de Pessoas com Autismo (Gappa), Ariene Menezes fala sobre as dificuldades enfrentadas pelos alunos a partir da experiência vivida com o filho Crhys, de 11 anos, e do relato recebido de outras mães. “O ensino exclusivo pela internet é difícil para crianças típicas e atípicas. A maior parte delas não tem celular, e os pais precisavam do aparelho para trabalhar no horário da escola.”
No caso dos estudantes com deficiência, outros problemas vieram à tona, como a falta de acessibilidade das atividades on-line, o que reduziu o estímulo e a participação.
A diretora do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro-JF), Maria Leopoldina (Dina) Pereira, confirma as dificuldades. “A experiência do ensino remoto como um todo é um desafio. Para começar, no Brasil, a internet já não é boa e nem todos têm acesso.” Ela aponta, ainda, que 90% dos profissionais do ensino básico são mulheres. “Elas também têm filhos estudando em casa e estão sobrecarregadas com o acúmulo de funções.”
Fonte: Tribuna de Minas, acesso em 18/05/21
Leia também: OS CONTRATOS DE CUSTEIO EDUCACIONAL – INOBSERVÂNCIA NA SUA FORMALIZAÇÃO E OS REFLEXOS NA RELAÇÃO ESCOLA, PAI E MÃE