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19 ago 20 01:24

CRIVELLA VOLTA A DEFENDER A RETOMADA DAS AULAS PRESENCIAIS NO RIO

Por meio de uma transmissão pela internet, Marcelo Crivella argumentou que outros estabelecimentos voltaram às atividades sem novos surtos de Covid-19. Representantes de escolas particulares e sindicato de professores divergem.

Volta às aulas é motivo de impasse entre Estado e prefeitura

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, voltou a defender o retorno das escolas, numa transmissão pela internet. O governo do estado, por enquanto, mantém a posição de cautela. As aulas no estado estão suspensas pelo menos até quinta-feira (20).

O estado publicou um decreto determinando que cabe às prefeituras a decisão sobre a educação infantil, mas uma liminar da Justiça impede a Prefeitura do Rio de autorizar qualquer atividade presencial nas escolas particulares. Em caso de descumprimento, o município pode ter que pagar uma multa diária de R$ 10 mil.

“Por acaso nós tivemos um surto nos trabalhadores de farmácia ou nos trabalhadores de pet-shop ou nos trabalhadores de supermercados? Morreram em massa? Não! Então por que iriam morrer as nossas merendeiras, os professores?”, pontuou Crivella.

“Infelizmente os sindicatos para fazerem política… O sindicato não pensa na criança, está pensando em quanto vai ter como professor para se manter no poder. Eu e você temos que pensar nas crianças, as crianças que são a razão”, continuou.

“Eu sou grupo de risco, eu parei de trabalhar um dia? E Deus não me protegeu? Ora, então por que um professor de 20 ou 30 anos sem comorbidade não pode trabalhar? Ou uma merendeira de 20 ou 30 anos não pode trabalhar?”, questionou o prefeito.

‘Pressão irresponsável’, diz Sepe

Os sindicatos dos professores são contrários à retomada das aulas presenciais. O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe/RJ) disse que a prefeitura ainda não apresentou uma estrutura adequada para que professores e alunos voltem às aulas.

“É extremamente irresponsável a pressão para a reabertura das escolas em plena pandemia. Os governos deveriam dar garantias à população para que a quarentena fosse feita”, avaliou o coordenador do Sepe/RJ, Adolpho Ferreira.

“Se os governantes estivessem preocupados de verdade com as crianças, estariam atentos a isso, estariam tranquilizando a comunidade escolar, alunos e responsáveis, dizendo que o ensino e a aprendizagem serão replanejados e que a vida é a prioridade”, emendou.

Protesto na Alerj

Na segunda-feira (17), representantes das escolas particulares do ensino fundamental fizeram um protesto em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) pedindo o retorno das aulas presenciais.

No lado de dentro, representantes da Alerj e do governo do estado buscavam um consenso. Uma das propostas é a liberação de R$ 150 milhões para as unidades particulares. Esse valor beneficiaria três mil estabelecimentos, pagando cerca de R$ 50 mil a cada um deles.

“Seria uma ajuda para as escolas, que continuam tendo despesas permanentes, independentemente do número de alunos que estão deixando de pagar as mensalidades. É uma ajuda para que essas escolas possam atravessar esse momento, exatamente para que elas tenham as condições mínimas necessárias para, quando da reabertura, elas possam retomar as aulas com a estrutura mínima”, explicou o secretário da casa Civil, André Moura.

A Prefeitura do Rio enviou uma nota afirmando que “Deixa claro que as escolas estão fechadas desde o início da pandemia e que, desde a semana passada, essas unidades começaram a receber seus gestores para a limpeza e manutenção dos espaços – portanto, não há alunos. A lista de material recebido é para limpeza da unidade e também utilização pessoal dos gestores que estão coordenando as ações de limpeza e manutenção das unidades”.

No próximo dia 31, representantes de sindicatos e também das escolas voltam à Alerj para tentarem uma nova solução.

Fonte: O Globo

 


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