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15 jun 21 08:01

ESCOLAS PARTICULARES/MG REPROVAM ESQUEMA DE VOLTA ÀS AULAS POR TRÊS HORAS, DIVIDIDAS EM “MICROBOLHAS” DE 6 ALUNOS CADA

Caso a prefeitura de Belo Horizonte não reveja os protocolos fixados para retorno presencial dos alunos do Ensino Fundamental, detalhados nesta sexta-feira (11/6)  no Decreto Municipal n° 17.348, as escolas privadas da capital consideram manter as portas fechadas para este público. O aviso é do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG).

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De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SMED), crianças de 6 a 8 anos matriculadas em instituições das redes pública e privada regressam à escola a partir de 21 de junho, duas vezes por semana, por três horas, divididas em “microbolhas” de 6 alunos cada. No início de julho, será a vez dos jovens de 9 a 12 anos.

O sindicato avalia que as regras impostas pelo município inviabilizam a retomadadas atividades, onera as empresas, além de comprometer o desenvolvimento pedagógico dos estudantes. Os pais, por sua vez, estão divididos quanto à proposta. Há quem tenha optado por manter os filhos em casa, enquanto outros acreditam que o contato dos filhos com oambiente escolar após 15 meses de afastamento é fundamental, ainda que sob condições pouco ideais.

Entidade que representa 984 instituições privadas de BH, o Sinep/MG enviou, nessa quinta-feira (11/6), um ofício ao prefeito Alexandre Kalil (PSD) solicitando revisão das medidas de reabertura.

O documento argumenta que a lógica de acolhimento bissemanal em pequenos grupos ignora o número de matrículas das instituições de ensino, o tamanho das salas de aula, bem como a dinâmica de funcionamento das empresas.

“Há colégios em Belo Horizonte com 2 mil alunos matriculados apenas no Ensino Fundamental. Supondo que menos da metade dos pais opte por enviar os filhos à escola, já seria necessário triplicar, quadruplicar o quadro de professores para formar as bolhas de 6 alunos. Não há nenhuma condição estrutural, nem pedagógica para o retorno nos moldes estabelecidos pela prefeitura e 100% das escolas filiadas ao Sinep já se manifestaram: se não houver uma reconsideração, as portas terão que se manter fechadas”, pondera Zuleica Reis, presidente do sindicato.

A dirigente propõe que o Executivo municipal libere a realização de rodízio semanal com turmas reduzidas à metade. “O que nós pleiteamos é que o ensino seja 50% presencial e 50% remoto. Essa logística é possível e segura. O retorno da educação infantil mostra isso”, diz a líder.

Gerente de operações educacionais da Rede Marista, Jefferson Clemente avalia o protocolo adotado pela PBH como “o pior do Brasil”. “Acompanho 29 unidades em 14 estados brasileiros do Centro-Norte. Ninguém definiu aulas presenciais desta forma. Apenas Belo Horizonte. Não nos parece uma proposta comprometida com a qualidade da educação”, analisa.

Para o gestor, a ideia de permitir que os estudantes tenham contato com as instituições de ensino apenas duas vezes por semana por três horas em benefício da socialização escolar é contraditória.

“As aulas remotas, duram, em média, quatro horas e meia, com interação ao vivo entre os professores e estudantes. Agora, os meninos serão liberados para voltar à sala de aula para ter um contato reduzido com a escola, de 3 horas? A caminhada pedagógica dos alunos certamente ficará prejudicada. A impressão que temos é de que a proposta da prefeitura é ‘pro forma’. Queremos uma que, de fato, contribua para a caminhada pedagógica das crianças, e sabemos que isso é possível. Se for para prejudicar, melhor manter as coisas como estão”, opina Clemente.

Fonte: Jornal Estado de Minas Gerais, acesso em 14/06/21

 


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