Como as escolas particulares estão planejando os reajustes para matrículas em 2026
As escolas particulares brasileiras já iniciaram o planejamento dos reajustes das mensalidades para o ciclo de matrículas de 2026. O cenário aponta para aumentos que devem manter a tendência de alta observada em anos anteriores, com percentuais que superam a inflação oficial e refletem a pressão dos custos operacionais do setor.
Percentuais previstos e fatores de influência
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Pesquisas recentes indicam que, para 2025, quase 98% das escolas particulares procederam com reajustes, variando entre 5% e 10%, e em alguns casos chegando até 11,5%.
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O reajuste médio ficou em torno de 8%.
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Para 2026, a expectativa é que os percentuais sigam parâmetros semelhantes, pois os principais fatores de pressão permanecem presentes.
Principais critérios para definição dos reajustes
As escolas estão adotando uma abordagem estruturada e transparente para justificar os reajustes, considerando:
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Reajuste salarial de professores e funcionários: O dissídio coletivo da categoria, que costuma ocorrer entre março e abril, é um dos principais componentes do aumento de custos (INPC).
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Investimentos em infraestrutura e tecnologia: Ampliação de espaços, modernização de laboratórios, adoção de novas plataformas digitais e recursos pedagógicos inovadores são frequentemente citados como justificativas para o aumento.
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Crescimento da demanda por atendimento especializado (ensino inclusivo): O aumento de matrículas de alunos com necessidades educacionais especiais, como TEA e TDAH, exige contratação de profissionais especializados, adaptações estruturais, treinamentos, contratos de inclusão e ensino regular, visando customizar os custos operacionais.
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Inflação e custos gerais: Gastos com água, energia, materiais didáticos, alimentação e serviços terceirizados seguem pressionando o orçamento das instituições que trabalham com ensino integral.
Planejamento e comunicação com as famílias
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As escolas estão orientadas a listar detalhadamente todos os custos previstos para o próximo ano letivo, calcular o custo por aluno e definir a margem de reajuste com base em dados objetivos e projeções realistas.
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A legislação exige que o valor da anuidade seja divulgado com pelo menos 45 dias de antecedência ao fim do período de matrícula, permitindo que as famílias escolas se organizem financeiramente.
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A comunicação transparente e antecipada dos motivos do reajuste, destacando os benefícios e investimentos previstos, contratos e outros, é considerada fundamental para manter a confiança das famílias e evitar evasão escolar e ações de indenizações contra as escolas.
Desafios e equilíbrio
O grande desafio para as escolas é equilibrar a necessidade de garantir sustentabilidade financeira, investir em qualidade e inovação, e, ao mesmo tempo, manter as parcelas de anuidades dentro da capacidade de pagamento das famílias. O cenário econômico, a concorrência entre instituições e a sensibilidade ao aumento dos custos são fatores que influenciam diretamente as decisões para 2026. No sentido posto, as escolas devem estar contratando de forma eficiente, visando minizar riscos.
Em resumo, o planejamento dos reajustes para as matrículas de 2026 nas escolas particulares é marcado por análise criteriosa dos custos, transparência nas justificativas, nas propostas de contratos e diálogo aberto com a comunidade escolar, buscando assegurar a continuidade da qualidade educacional sem comprometer o acesso das famílias.
A Ricardo Furtado Sociedade de Advogados e o IBEE – Instituto Brasileiro de Estudos em Educação, estará no dia 10 de julho do corrente ano, discutindo esses temas na 31ª edição do Sistema de Matrículas de 2026, uma Imersão que tratará da inclusão e novos contratos, bem como como das perspectivas de reajustes das anuidades escolas 2026. Não deixe de participar desde importante evento para as escolas.
Por: DP de Comunicação do IBEE – 23/06/2025
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