Instrução Técnica: rotina e fluxos da vigilância em saúde para enfrentamento covid-19 nas escolas da rede privada
INSTRUÇÃO TÉCNICA: Rotina e Fluxos da Vigilância em Saúde para Enfrentamento COVID-19 nas escolas da rede privada
1. Mecanismo de transmissão Sars-Cov-2:
A transmissão acontece de uma pessoa doente (ou portadora assintomática) para outra ou por contato próximo por meio de:
• Toque do aperto de mãos contaminadas;
• Gotículas de saliva;
• Espirro;
• Tosse;
• Secreções respiratórias;
• Objetos ou superfícies contaminadas, como celulares, mesas, talheres, maçanetas, brinquedos, teclados de computador etc.
1.1 Recomendações Gerais:
A PORTARIA CONJUNTA Nº 20, DE 18 DE JUNHO DE 2020, estabelece as medidas a serem observadas visando à prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da COVID-19 nos ambientes de trabalho (orientações gerais). A referida portaria ministerial aprova as medidas necessárias a serem observadas pelas organizações visando a prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da COVID-19 em ambientes de trabalho, de forma a preservar a segurança e a saúde dos trabalhadores, os empregos e a atividade econômica, bem como orienta, indiretamente, a preservação da saúde dos escolares.
1.2 Suspeição e Notificação de Casos suspeitos de Síndrome Gripal (SG) A Infecção por SARS-COV-2 pode variar da ausência de sintomas, ao resfriado simples com poucos sintomas, passando pela Síndrome Gripal-SG chegando até a forma mais grave e rara, a chamada Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), em geral caracterizada por pneumonia severa associada ao comprometimento de outros aparelhos e sistemas.
Entretanto, crianças e adolescentes em geral desenvolvem formas mais brandas da doença, podendo apresentar eventualmente quadro de Síndrome Gripal, que se traduz em sintomas respiratórios agudos e caracterizada por, pelo menos, dois dos seguintes sintomas:
● febre aferida ou referida como sensação febril ou calafrios, associada à:
dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, perda de olfato (anosmia), alteração do paladar (ageusia), distúrbios gastrintestinais (náuseas/vômitos/diarreia), cansaço (astenia), diminuição do apetite (hiporexia) e/ou dispneia (falta de ar)
1.3 Diagnóstico de COVID-19 e Critérios para Testagem
O diagnóstico clínico é realizado pelo profissional de saúde, que deve avaliar a possibilidade da doença, principalmente, em pacientes com a associação dos sinais e sintomas já descritos. Em crianças, além dos itens anteriores, considera-se também a obstrução nasal, a desidratação e a falta de apetite (inapetência), na ausência de outro diagnóstico específico.
O diagnóstico clínico da doença, também deve ser considerado em pacientes com doença grave do trato respiratório inferior sem causa clara, como é o caso de pacientes que apresentem SRAG, o que não se espera encontrar nas escolas. Entretanto, em crianças, a SRAG apresenta-se com os sinais e sintomas anteriores, devendo ser observados sinais característicos de esforço respiratório, tais como, batimentos de asa de nariz, tiragem intercostal e, por fim, alteração na coloração das extremidades que podem ficar azuladas (cianose).
Em alguns casos o diagnóstico é clínico-epidemiológico, dada a circulação comunitária do vírus, associada a histórico de contato domiciliar ou próximo, nos últimos 14 dias antes do aparecimento dos sintomas, com caso confirmado laboratorialmente para COVID-19 e para o qual não foi possível realizar a investigação laboratorial específica. Outro método de diagnóstico é o clínico-imagem onde o caso suspeito em geral apresenta sintomas de SRAG e apresenta alterações em exames de imagem como radiografias e/ou tomografias.
E o diagnóstico laboratorial que é o mais recomendável para certeza da doença. Caso o paciente apresente os sintomas respiratórios mais febre ou SRAG, o profissional de saúde solicitará os seguintes exames laboratoriais:
● Teste de biologia molecular, (RT-PCR) que diagnostica tanto a COVID-19, a Influenza ou a presença de outros vírus respiratórios como Vírus Sincicial Respiratório (VSR), quando seu processamento é feito com busca de painel viral. Realiza-se, normalmente até o sétimo dia a contar do início dos sintomas. Para a Covid-19, este exame é considerado o “padrão ouro” uma vez que evidencia o RNA viral.
● Teste Imunológico, para detecção ou não, a presença de anticorpos em amostras coletadas a partir do oitavo dia de início dos sintomas, preferencialmente 10 dias após o início dos sintomas. Sendo eles:
○ Pesquisa de anticorpos para SARS-Cov-2 por Ensaio imunoenzimático (ELISA), por Imunocromatografia, Imunoensaio por Eletroquimioluminescência (ECLIA).
○ Pesquisa de antígenos: resultado reagente para SARS-CoV-2 pelo método de Imunocromatografia para detecção de antígeno.
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